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Legado de Dino 7 Cordas é tema de diversas pesquisas acadêmicas

Postado em Biblioteca em 15/05/2024

Legado de Dino 7 Cordas é tema de diversas pesquisas acadêmicas

Aproveitamos o mês de maio para celebrar o aniversário de Horondino Silva, o Dino 7 Cordas (1918-2006), que nasceu no dia 5. É possível baixar vários títulos sobre o inventor da linhagem do 7 cordas brasileiro na Biblioteca do site do Acervo Violão Brasileiro. De meados dos anos 1990 para cá, só aumenta o interesse de alunos e professores a respeito do instrumento nas unviversidades brasileiras. Selecionamos cinco pesquisas, como aperitivo, embora haja muito mais. 

Um dos estudos é o Dino 7 Cordas e o acompanhamento de violão na música popular brasileira", por Márcia Taborda. Realizado em 1995, o trabalho é pioneiro, no qual ela teve tempo de entrevistar Raphael Rabello (1962-1995), que morrera naquele ano. Marcia descreve e analisa a trajetória artística de Dino, sua inserção na história da música popular brasileira e sua contribuição original, por meio de vários depoimentos do músico pesquisado, seus colegas e familiares. Na dissertação, Márcia transcreve “acompanhamentos abrangendo o período que vai do início deste século aos nossos dias, com enfoque especial aos acompanhamentos executados por Dino nos últimos trinta anos de sua atividade artística”. 

Legado de Dino 7 Cordas é tema de diversas pesquisas acadêmicas

 O Acompanhamentos de Dino 7 Cordas em Samba e Choro, de Remo Pellegrini, é outra conhecida pesquisa sobre o tema, aqui presente na Biblioteca do Acervo.  "Violonista profissional desde os 18 anos, Dino integrou os regionais mais renomados desde 1936 e, por influência de grandes músicos como Tute e Pixinguinha, agregou à formação de seus grupos o violão de sete cordas, renovando a linguagem do instrumento e tornando-se a maior referência na área até os dias de hoje. Este trabalho consiste na transcrição e análise de uma amostra de sua obra, com a finalidade extrair e catalogar elementos que sirvam de subsídio ao estudo do violão de sete cordas”, resume o autor.

Confira também a pesquisa Pixinguinha e Dino Sete Cordas: reflexões sobre a improvisação no choro, feita por José Reis de Geus.Através da transcrição e análise das gravações executadas pelo Regional de Benedito Lacerda contidas no álbum Benedicto Lacerda e Pixinguinha (lançado em 1966 contendo gravações realizadas no período de 1946-1951), busca-se contextualizar a improvisação de Pixinguinha enquanto saxofonista. A influência de seu estilo interpretativo na performance violonística de Dino Sete Cordas pode ser constatada através das gravações junto ao Regional do Canhoto, contidas no álbum intitulado Choros Imortais (1964), tendo como solista o flautista Altamiro Carrilho, acompanhado pelo Regional do Canhoto.

Legado de Dino 7 Cordas é tema de diversas pesquisas acadêmicas

Constata-se em Pixinguinha um processo de improvisação fundamentado em uma prática pré-concebida, possivelmente em função das condições dos recursos tecnológicos dos estúdios da época. Devido entre outros fatores ao contato com Pixinguinha, Dino consolidou ao longo de sua carreira um estilo interpretativo próprio, criando uma escola empírica baseada inicialmente na audição e imitação deste material fonográfico, que foi determinante tanto para a formação de novos instrumentistas como para o processo de sistematização do estudo do violão de sete cordas", escreve Reis.

Na tese Literatura para o violão 7 cordas brasileiro solista, Marcello Gonçalves analisa características da linguagem brasileira do violão de 7 cordas, sua aplicação no contexto solista e seu ensino no ambiente acadêmico. Esse estudo busca definir a maneira peculiar de abordar o violão entre os praticantes do 7 cordas brasileiro e seus diferentes percursos até sua atual configuração. Partindo da hipótese de que essa linguagem violonística foi desenvolvida, principalmente, por Dino 7 Cordas, esta pesquisa verifica até que ponto essas características se manifestam no trabalho de outros violonistas. Além do trabalho de Dino, esta pesquisa analisa os estilos violonísticos de Raphael Rabello, Rogério Caetano e Yamandu Costa.

Legado de Dino 7 Cordas é tema de diversas pesquisas acadêmicas

Outra valiosa análise que aborda o sotaque musical do Dino é O Violão de 7 Cordas de Aço Solo, por Rogério Caetano. Ele apresentou no trabalho a gravação em áudio e vídeo e a digitalização das partituras de dez peças de sua própria autora, compostas especialmente para violão 7 cordas de aço solo.

"Meus objetivos foram: consolidar o violão 7 cordas de aço como instrumento solista, divulgar um repertório próprio para o instrumento e estabelecer uma nova forma de se tocar e um novo padrão tímbrico sonoro para esse instrumento. Isso foi possível a partir da transformação da minha performance e da construção de um instrumento passível de ser tocado por inteiro, com equilíbrio e afinação nas regiões grave, média e aguda. A pesquisa ganha relevância a partir da constatação de que se trata de uma produção inédita, no que diz respeito à utilização do violão de 7 cordas de aço como instrumento solista", destaca Rogerinho.

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