João Pernambuco tem partituras inéditas para violão solo lançadas em livro
(João Pernambuco)
Por Alessandro Soares
Até 1977, as criações de João Pernambuco se resumiam a "Interrogando" e "Sons de Carrilhões". E pouca gente lembrava outras peças que ele, Pixinguinha e Jacob do Bandolim haviam gravado. Turíbio Santos mudou o cenário ao lançar partituras e LPs com "Dengoso", "Pó de Mico", "Graúna", "Reboliço" e outras. Nova pancada veio em 1983, quando o pianista Antônio Adolfo e o grupo Nó Em Pingo D´Água fizeram LP inteiro sobre o compositor.
Já em 1992, o violonista Caio Cezar trouxe mais material à tona. E Raphael Rabello irradiou plenamente tudo isso. E quem já varria nos dedos esse repertório, ficou surpreso quando, em 2000, Leandro Carvalho gravou o "Descobrindo João Pernambuco", com várias inéditas em disco, a exemplo de "Sonhando na Rede", "Valsa em Lá", "Lamentos" e tantas mais.
Só que tais lançamentos fonográficos seguiram em descompasso com a ausência de partituras publicadas em livro. Só agora, várias delas surgem no álbum João Pernambuco - clássicas e inéditas, que já traz fotos raras e 12 partituras, das quais 9 são lançamentos editoriais
A pesquisa e o texto são de Jorge Mello, que evidencia o quanto a importância de João Pernambuco vai bem além do violão.
A primeira frase do prefácio do livro é "João Pernambuco é um desses nomes que parecem conter, por si só, a geografia de um país", assinado por Flávia Prando.
Além da curadoria musical, Celso Faria fez boa parte das revisões e dedilhados das partituras. Há também transcrições e arranjos de Flávio Gondim, Ivan Paschoito, Ítalo Peron, Flávia Prando, Edmar Fenício e outros
Um dos principais artistas brasileiros, João Pernambuco ficou esquecido até 1977. Mas ainda hoje várias de suas obras nunca foram lançadas. O Acervo Violão Brasileiro é apoiador cultural deste livro, assim como em outras iniciativas da editora Legato (de Ivan Paschoito)