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Francis Hime vai dar aulas e cursos produzidos pelo Acervo Violão Brasileiro

Postado em Cursos, workshops e palestras em 11/09/2020

Francis Hime vai dar aulas e cursos produzidos pelo Acervo Violão Brasileiro

(Francis Hime / crédito: Nana Moraes)

Por Alessandro Soares

Um dos maiores melodistas e arranjadores brasileiros, Francis Hime está voltando a dar aulas após uma pausa de quase 50 anos. Professor de ícones da MPB, como Sérgio Mendes e Ivan Lins, o pianista, arranjador, compositor e maestro carioca havia parado de ensinar no começo dos anos 1970. Mas agora na pandemia, bateu no Francis aquela coceira e o desejo de compartilhar seus conhecimentos. A partir de outubro ele passar a integrar o elenco de professores dos cursos online ao vivo produzidos pelo Acervo Digital do Violão Brasileiro.

RESERVAS E INSCRIÇÕES  (11) 97615-8514  ou pelo email acervoviolaobrasileiro@gmail.com.

Assim como Guinga, cujo ciclo de workshops sobre processos criativos e composição começa no dia 21 de setembro, e Paulo Bellinati, que tem duas turmas em vagas esgotadas no curso de Iniciação ao Arranjo e Composição, Francis Hime vai ensinar por meio da plataforma Zoom a partir de outubro, incluindo aulas particulares. A data e o preço do curso de Francis ainda estão sendo definidos. Mas deverão ocorrer nas noites de terça-feira às 19h, a partir do dia 13 de outubro, e o valor deverá ficar entre R$ 400 e R$ 500 o curso completo.

Inscrições e reservas

As inscrições e reservas são feitas pelo whatsapp (11) 97615-8514  ou pelo email acervoviolaobrasileiro@gmail.com. Ou ainda pelo messenger do Facebook e pelo Direct do Acervo no Instagram. Os participantes terão certificado emitido pelo Acervo Digital do Violão Brasileiro.

O curso de Francis Hime será formado por quatro encontros semanais, com duração média de 1h15. “Cada aula vai ter três blocos. No primeiro deles eu exponho minhas ideias, abordo curiosidades e histórias das minhas canções e parcerias. Em seguida, bato papo com os alunos e respondo a dúvidas. São blocos direcionados a todos os públicos. Mas o final de cada aula é focado nos músicos que desejam aprender composição comigo”.

O tema de cada aula será dedicado a uma canção. Aí vão entrar as parcerias com Chico Buarque (a exemplo de Meu Caro Amigo e Atrás da Porta), Vinícius de Moraes (Sem Mais Adeus) Ruy Guerra (Minha) e Milton Nascimento (Parceiros).

Biografia musical

Francis começou a estudar piano clássico aos seis anos de idade. Depois se matriculou no Conservatório Brasileiro de Música, onde estudou por sete anos. Em 1955 decidiu aperfeiçoar os estudos em Lausanne (Suíça), onde ficou até 1959. Em 1962, passou integrar os encontros musicais na casa de Petrópolis de Vinicius de Moraes, ao lado de Baden Powell, Edu Lobo, Carlos Lyra, Dori Caymmi e Marcos Valle. É dessa época a sua primeira parceria com Vinicius, a canção Sem Mais Adeus. Nos Festivais da TV Excelsior (SP), TV Rio e TV Record (SP), teve canções defendidas por Elis Regina, Wilson Simonal, Jair Rodrigues, Claudia, MPB-4 e Taiguara.

Em 1965 realizou sua primeira gravação: o LP instrumental Os Seis em Ponto, nome do conjunto do qual participava como pianista. Em 1966, assinou a direção musical e escreveu arranjos para o show Pois é, com Vinicius, Gilberto Gil e Maria Bethânia. Ainda nesse ano, suas composições Sem Mais Adeus e Saudade de Amar foram incluídas no álbum duplo Vinicius, poesia e canção.

Em 1969, formou-se em Engenharia, casou-se com a cantora Olívia Hime e viajou para os Estados Unidos, onde viveu durante quatro anos. Nesse país, estudou com Albert Harris e Hugo Friedhopfer (orquestração), Roy Rogosin (regência), Paul Glass (composição), Lalo Schifrin e David Raksin (trilha sonora). Ao retornar ao Brasil em 1973, gravou seu primeiro LP solo, Francis Hime, no qual registrou a primeira parceria com Chico Buarque, Atrás da porta.

Cinema e teatro

Para o cinema, compôs músicas para os filmes O homem que comprou o mundo (1968), de Eduardo Coutinho, A estrela sobe (1973), de Bruno Barreto, O homem célebre (1974), de Miguel Faria, Lição de amor (1975), de Eduardo Escorel, pelo qual foi contemplado com a Coruja de Ouro do Instituto Nacional do Cinema e com o prêmio de Melhor Trilha Sonora do Festival de Gramado, A noiva da cidade (1975), de Alex Vianny, Dona Flor e seus dois maridos (1977), de Bruno Barreto, pelo qual recebeu a Coruja de Ouro do Instituto Nacional do Cinema, "Marcados para viver" (1978), de Maria do Rosário, Marília e Marina (1978), de Luiz Fernando Goulart, e República dos assassinos (1979), de Miguel Faria. 

Francis Hime vai dar aulas e cursos produzidos pelo Acervo Violão Brasileiro

Para o Teatro, dividiu com Dori Caymmi a direção musical da peça teatral Dura lex sed lex, no cabelo só gumex, de Oduvaldo Vianna Filho, compôs para O rei de Ramos (com Chico Buarque), escrito por Dias Gomes e dirigido por Flávio Rangel, A menina e o vento, de Maria Clara Machado, "Belas figuras", de Ziraldo, "Pinocchio", de A. Collodi, encenada pelo grupo Tapa, "Na sauna", dirigida por Wolf Maia, "Foi bom meu bem", de Alberto Abreu, "O banquete", de Mário de Andrade com adaptação de Camila Amado, e "Tá russo no açougue", uma adaptação de "Santa Joana dos Matadouros", de Bertold Brecht, encenada pelo grupo Tem Folga Na Direção, com direção de Antônio Pedro. 

Arranjo e direção musical

Em 1973 assinou a direção musical da segunda montagem da peça Gota d'água, de Paulo Pontes e Chico Buarque. Em 1976, participou da trilha sonora das novelas da Rede Globo Casarão e Escrava Isaura. No ano seguinte lançou o LP Passaredo, disco que marcou a estreia de Olívia Hime como letrista, cantora e produtora. E ao longo dos anos assinou arranjos para vários artistas como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Clara Nunes, Olívia Hime, Toquinho, Fafá de Belém, MPB-4 e Chico Buarque (para quem assinou também a direção musical dos LPs Meus Caros Amigos, Ópera do Malandro, Vida e Almanaque).

Obra sinfônica

No campo da música clássica, em 1986 escreveu a Sinfonia nº 1, que a regeu pela primeira vez em 1993, à frente da Orquestra Sinfônica Brasileira. No ano seguinte, voltou a reger a OSB, no concerto comemorativo do trecentésimo aniversário da Casa da Moeda, e concluiu o Concerto para violão e orquestra, em três movimentos, dedicado a Raphael Rabello. Em 1997, apresentou e regeu a trilha sinfônica Suíte da Terra Encantada, com textos de Olívia Hime e Paulo César Pinheiro.

Em 2000 apresentou ao piano sua peça "Fantasia para piano e orquestra", ao lado da Orquestra da Petrobras, sob a regência de Roberto Tibiriçá. E no mesmo ano compôs a Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião, peça cantada, com letras de Paulo César Pinheiro e Geraldo Carneiro, em cinco movimentos. Em 2010, a gravadora Biscoito Fino lançou o CD Ayres e Hime - Concertino para percussão o Concerto para violão, registro ao vivo de apresentação da Osesp, interpretando Concerto para Violão e Orquestra, de sua autoria, solado por Fabio Zanon, sob a regência de Alondra de La Parra.

Choro rasgado

Na canção popular, continuou produzindo intensamente. Em 1997, lançou os CDs Choro Rasgado e Álbum Musical (este em forma de songbook, com participação de vários artistas da MPB). Em 2000, escreveu 12 músicas sobre poemas de Manuel Bandeira. Em 2002 lançou o CD Meus Caros Pianistas, reunindo 15 pianistas interpretando arranjos de sua autoria. Em 2003, lançou o CD Brasil Lua Cheia. Em 2006, lançou o CD "Arquitetura da flor". Em 2007 lançou Francis ao vivo, em CD e DVD. Comemorando 70 anos de idade, em 2009 veio o CD duplo O Tempo das Palavras... Imagem.

Em parceria com Olívia HIme, lançou em 2011 o disco Alma Música, primeiro disco que os dois artistas gravam juntos. Da parceria com Guinga, surgiu em 2013 o CD Francis e Guinga, contendo as inéditas parcerias de ambos. No mesmo ano, uniu-se a Olivia Hime para apresentar o show Sem Mais, uma homenagem ao centenário de Vinicius de Moraes, que depois virou disco homônimo. Em 2015, lançou o show 50 anos de Hime, que foi gravado pelo Canal Brasil e virou CD e DVD. Em 2018, Francis Hime foi indicado ao Prêmio Jabuti de literatura, na categoria Artes, pelo livro Trocando em Miúdos – as minhas canções. Em 2019, comemorou 80 anos de idade e lançou o CD Hoje.

Francis Hime vai dar aulas e cursos produzidos pelo Acervo Violão Brasileiro

Contato para dúvidas e inscrições: (11) 97615-8514 ou acervoviolaobrasileiro@gmail.com

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