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Casa do Choro lança timeline interativa e reabre as portas com série de shows

Postado em Lançamentos em 13/04/2022

(Luciana Rabello, Jayme Vignoli, Maurício Carrilho e Paulo Aragão - foto divulgação)

O grande flautista e um dos primeiros compositores da história do choro, Viriato Figueira da Silva, não nasceu na década de 1850, como se acreditava. Na verdade, ele veio ao mundo em 1845. Essa é uma das incríveis descobertas feitas pelos pesquisadores e músicos do Instituto Casa do Choro, o maior centro de referência do gênero musical brasileiro mais antigo. Mas tem bem mais dados raros sendo relevados, trazendo mudanças em certas datas da linha do tempo do Choro.

Assim, a Casa reabre suas portas durante as quartas-feiras do mês de abril, para uma série de shows para marcar o lançamento da Choro Timeline, linha do tempo interativa sobre a história do gênero, disponível no site do instituto). Trata-se de um almanaque virtual que reúne um vasto acervo multimídia (imagens, áudios e vídeos), com mais de 500 registros organizados até à data de lançamento, como fotos, depoimentos e notícias de jornal. 

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(Print Timeline Casa do Choro)

E nesta quarta-feira (13/04), às 18h30, vai ter o segundo show do projeto no Auditório Radamés Gnattali, localizado no espaço onde funciona a Casa do Choro (Rua da Carioca, 38, centro histórico do Rio). O roteiro do espetáculo está intimamente ligado à Choro Timeline. A equipe que trabalhou no projeto é uma equipe de músicos e pesquisadores, então são justamente alguns desses músicos que se apresentam no show”, revela Paulo Aragão, violonista e integrante do grupo de pesquisa, em entrevista ao Acervo. Os ingressos estão disponíveis para venda no site www.sympla.com.br.

Músicos

Além de Aragão no violão de seis cordas, estão também no palco Celsinho Silva (pandeiro) - como músico convidado, Jayme Vignoli (cavaquinho), Leonardo Miranda (flauta), Luciana Rabello (cavaquinho), Marcílio Lopes (bandolim), Maurício Carrilho (violão de sete cordas) e Tomaz Retz (flauta). O grupo terá ainda a participação especial de Pedro Amorim no bandolim, para o próximo evento de dia 13.

Durante as apresentações ao vivo, são projetados num telão alguns dos ícones da linha do tempo relacionados com as escolhas de repertório. “É uma viagem iconográfica pela história do choro. Tem fotos muito bonitas, descobertas muito interessantes que a gente fez. A ideia é ilustrar essas imagens com música ao vivo”, destaca Aragão. Um dos exemplos é a descoberta da data de nascimento do Viriato, feita pelo flautista Tomaz Retz, que faz parte da equipe de músicos e pesquisadores. Aí no show é feita a projeção desse documento e o grupo toca uma polca bem conhecida dele, o Só Pra Moer.”

Além do flautista, o repertório passeia por nomes como Pixinguinha (do qual o grupo vai tocar a pouco conhecida Não Posso Mais), Bonfiglio de Oliveira (com a rara peça Vestidos de Guiomar), junto a outros temas já consagrados de  Henrique Alves de Mesquita (e seu famoso Batuque), Jacob do Bandolim (Vibrações) Joaquim Calado, Anacleto de Medeiros (Implorando), além de peças de Dante Santoro e Benedito Lacerda.

(Viriato Figueira da Silva)

Na próxima apresentação, em 20 de abril, juntam-se a esses grandes nomes o convidado Pedro Amorim, com a valsa autoral Indiferença, e Maurício Carrilho, integrante do grupo e pesquisador da timeline, com algumas composições. Mas algumas obras podem variar no repertório dependendo do dia do show.

O primeiro show aconteceu na semana passada (06 de abril), e na véspera a Casa do Choro promoveu ainda um bate-papo no canal de youtube do instituto com os músicos pesquisadores responsáveis pelos conteúdos, como primeira atividade de lançamento do projeto (disponível no YouTube Casa do Choro).

“É uma história que faz parte da nossa identidade e até aqui permanecia dispersa, contada muitas vezes até de maneira informal. O que estamos fazendo é sistematizar essas informações, apresentando-as de maneira leve e convidativa, como num almanaque”, afirma do release do projeto a cavaquinista e compositora Luciana Rabello, pesquisadora da linha do tempo, artista integrante do grupo que se apresenta no show e também diretora do Instituto Casa do Choro.

A reabertura da casa marca o início das atividades presenciais do instituto, depois de um longo período de encontros e aulas online, consequência do isolamento social que marcou a pandemia de COVID-19 nos últimos dois anos. No final do ano passado aconteceram alguns eventos isolados, ainda com limite de lotação e medidas restritivas, em horários alternativos, como a gravação de dois “Depoimentos para a Posteridade”, um outro projeto da Casa do Choro em andamento. 

(Prédio Casa do Choro)

O projeto foi realizado com recursos de um financiamento coletivo através do site Benfeitoria e do programa Matchfunding BNDES+ Patrimônio Cultural e pretende ampliar o alcance de todos à história e estórias que consolidaram o Choro como gênero musical brasileiro.

O show de lançamento da Timeline acontecerá todas as quartas do mês de abril, às 18h, com algumas variações no repertório, alinhadas com as projeções escpolhidas para cada sessão. Os ingressos estão disponíveis para venda no site www.sympla.com.br.

 

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