Por João Luiz Rezende
Sabemos que a música de Camargo Guarnieri enfrenta barreiras quando os intérpretes abordam suas obras, devido principalmente à sua linguagem difícil. Mas importante destacar o quanto sua escrita sofisticada se relaciona com as formas mais simples, inclusive as encontradas na música popular brasileira. Isso torna as peças mais acessíveis aos músicos que desejam tocar um repertório de primeira linha escrito por um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos.
Além disso, quando estudamos as obras para violão de Guarnieri no contexto do repertório violonístico brasileiro escrito antes, durante e depois de sua época, vamos perceber claramente que a música violonística nacionalista brasileira tem muitas facetas: desde as obras exuberantes e virtuosísticas de Villa-Lobos (1887-1959) e Francisco Mignone (1897-1986), obras de inteligência rítmica e harmônica, como as de Radamés Gnattali (1906-1988), chegando às peças profundas e lentas de Guarnieri. Compositores bem diferentes entre si, mas unidos pelo caráter essencialmente brasileiro.
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No início da carreira, Guarnieri foi avisado por seu mentor Mário de Andrade (1893-1945): “Você vai sofrer muito na vida porque sua música não é amor à primeira vista”. De fato, o compositor sofreu as consequências de não fazer concessões, mantendo-se fiel à mensagem que pretendia comunicar através da música.
Os comentários de Andrade repercutiram no Brasil durante décadas. Embora lamentavelmente alguns músicos ainda vejam a música de Guarnieri nos termos descritos por Andrade, a situação vem melhorando bastante. Atualmente existem gravações de nível internacional das obras orquestrais e pianística. E há a inclusão crescente de suas obras em programas de concerto e um número bastante expressivo de estudos e teses sobre a obra desse grande compositor brasileiro.
Os primeiros anos
Mozart Camargo Guarnieri nasceu em 1 de fevereiro de 1907, em Tietê, São Paulo. Seu avô italiano imigrou da Sicília para o Brasil com a esposa e a família, como tantos outros italianos fizeram no final do século XIX em busca de melhores oportunidades de trabalho no estado de São Paulo. Miguel, pai de Guarnieri, tinha 11 anos na época. Ele se casou com Gécia Arruda Camargo na cidade de Tietê e o casal teve nove filhos, quatro deles homens: Belline, Rossine, Verdi e Mozart. Miguel e Gécia tinham grande apreço pela música. Gésia tocava piano e Miguel tocava flauta, piano e contrabaixo. Como Miguel era um amante de ópera, deu a todos os filhos o nome de compositores famosos, mas Camargo foi o único com talento musical e começou a compor desde cedo.
(Camargo Guarnieri, jovem)
Camargo Guarnieri começou a ter aulas de teoria musical ainda em Tietê com um clarinetista local. Mas o professor não pareceu despertar o interesse do menino pelo assunto. As aulas de piano começaram então com sua mãe Gésia, mas a família decidiu se mudar para a capital para proporcionar uma melhor educação musical a Guarnieri.
Chegando à capital em 1922 com a família, Guarnieri encontrou diversos empregos para ajudar o pai no sustento da família. Um desses trabalhos era tocar piano em uma loja de música para atrair clientes interessados em partituras. Só que ele passava suas horas de trabalho descobrindo novas obras nas prateleiras de música clássica. Foi isso que o fez familiarizar-se com a literatura pianística, especialmente com as obras de Bach, Beethoven, Chopin e Mozart.
Lamberto Baldi
Em São Paulo, Guarnieri também teve uma formação mais intensa no piano, estudando com Ernani Braga e, posteriormente, com Sá Pereira. O ano de 1926 marcou uma virada na vida de Guarnieri. O maestro italiano Lamberto Baldi1 chega a São Paulo para trabalhar no conservatório e como regente da orquestra da cidade. Guarnieri então se encontra com ele e toca suas composições.
(Mario de Andrade, Lamberto Baldi e Camargo Guarnieri)
De 1926 a 1931 Guarnieri estudou com Baldi e ganhou sólida e extensa formação musical. Ele elogiou seu professor e sua forma de ensinar que certamente influenciou seu estilo: “…. eu estava estudando harmonia, contraponto, fuga e orquestração simultaneamente. Tudo a partir da própria literatura musical. E minha própria composição era totalmente livre. Ele nunca colocou obstáculos no meu caminho. Uma das primeiras coisas que ele fez foi me convidar para tocar na orquestra. Tive que tocar todos os instrumentos de teclado - piano, xilofone e celesta.”2
A partir de 1928 o compositor abandona o prenome “Mozart” e começa a assinar “M. Camargo Guarnieri'', e suas composições anteriores a essa data foram arquivadas como “proibidas”.
Mário de Andrade
Ainda nessa fase, outro grande acontecimento marcou o compositor pelo resto da vida: o encontro com o intelectual brasileiro Mário de Andrade3. Segundo Guarnieri, foi Andrade quem o ajudou a encontrar sua identidade como compositor. Enquanto Baldi trabalhava na fundação musical de Guarnieri, Andrade introduziu o jovem compositor à estética, literatura, história e cultura geral, oferecendo também críticas às suas composições, com a intenção de influenciar Guarnieri rumo ao nacionalismo.
(Camargo Guarnieri, ao centro, numa foto de 1935 retratando o seu primeiro concerto - Acervo da Prefeitura de São Paulo)
Na década de 1930, a vida profissional de Guarnieri começa a tomar rumo. Sua música passa a ser executada com mais frequência em São Paulo e no Rio de Janeiro e sua produção aumenta substancialmente. Ela passa a compor peças de câmara, sinfônicas, canções e até um projeto de ópera. Nesse período surgem importantes resenhas de sua obra feitas pelos principais críticos musicais de São Paulo e do Rio de Janeiro que, segundo Guarnieri, lhe foram muito úteis ao longo dos anos.
O aumento de sua produção musical para diversas formações instrumentais, bem como de sua atuação como regente, levou a um reconhecimento mais amplo de Guarnieri como um dos principais compositores brasileiros. Com isso, o primeiro de muitos prêmios ao compositor veio na forma de uma bolsa do governo brasileiro, que lhe permitiu estudar na França.
França e EUA
Devido à Segunda Guerra Mundial, a estada de Guarnieri em Paris durou apenas seis meses, mas seu aprendizado nas aulas de harmonia com Charles Koechlin, e de regência com François Ruhlmann, fortaleceu sua confiança como músico.
Na capital francesa, Guarnieri teve a oportunidade de ouvir o grande pianista Alfred Cortot apresentar sua Dança Brasileira e Toada para um público muito receptivo.
(Da esquerda para a direita: Frutuoso Viana, Mme. Cortot, Alfred Cortot, Camargo Guarnieri e João de Souza Lima, São Paulo, 1936 - Reprodução Fotográfica Paola Singéry - Acervo Camargo Guarnieri, Rio de Janeiro)
Outros destaques desta viagem foram o conhecimento de grandes figuras como Nadia Boulanger e Darius Milhaud.
O ano de 1942 viu a primeira visita de Guarnieri aos Estados Unidos, onde recebeu o prêmio Fleischer Music Collection por seu Concerto para violino nº 1. Sua estadia nos EUA ajudou a estabelecer sua reputação internacional e o contacto com músicos como Aaron Copland, Leonard Bernstein e Sergei Koussevitzky. Com isso, Guarnieri recebeu encomenda para criar novas obras, bem como à oportunidade de reger orquestras de referência naquele país.
Carta aberta
Em 1950, Camargo Guarnieri sentiu a necessidade de se manifestar contra o uso da técnica dodecafônica que estava sendo promovida no Brasil através dos ensinamentos do compositor e musicólogo alemão Joachim Koellreutter. A ''Carta Aberta4'' de Guarnieri iniciou um debate que desempenhou um papel central nos desenvolvimentos estéticos da música clássica brasileira a partir de então.
(Camargo Guarnieri e o maestro Sergei Koussevitzky)
A carta ainda gera polêmica e marcou a reputação de Guarnieri no Brasil nos anos seguintes. Críticos, freqüentadores de concertos e estudantes de composição tomaram partido e, infelizmente, Guarnieri foi considerado por muitos como um compositor reacionário à moda antiga, obviamente uma posição que diminui seu papel na música brasileira. Por outro lado, o episódio da Carta Aberta reforçou a importância cultural de Guarnieri, marcando também a transição de sua fase de ávido defensor do Modernismo brasileiro para um dos maiores compositores da América do Sul.
Anos 1970
O estilo composicional de Guarnieri na década de 1970 tornou-se gradativamente menos tonal. As peças mais representantivas dessa fase são a Sonata para piano (1972), as doze canções sob o título Poemas de Negra (1975) e Quinta Sinfonia (1977). Em 1975, a Universidade de São Paulo criou uma orquestra especialmente para Guarnieri, a Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo. Em sua estreia com esta orquestra, Guarnieri regeu seu Concerto para Cordas e Percussão (1972).
Guarnieri continuou suas atividades como maestro ao longo da década de 1980 e recebeu uma encomenda da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo para escrever sua Sinfonia nº 6.
Campos do Jordão
Sempre preocupado com a educação musical de seu país, Guarnieri (ao lado do maestro João de Souza Lima) organizou o Primeiro Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, em 1970. Atualmente este festival, que desde então acontece todos os anos, é considerado o mais importante festival de música da América do Sul.
Os anos entre 1980 e 1989 foram os últimos produtivos de Guarnieri, com a composição do Concerto para Piano nº 6 (1981), Momentos (1982), alguns estudos para piano, dois estudos e uma segunda valsa para violão e algumas peças orquestrais especialmente para cordas.
No início dos anos 90, diagnosticado com um tumor maligno na mandíbula e tendo que lidar com uma recente tragédia familiar, Camargo Guarnieri ainda assim encontrou tempo para a regência. Outro grande reconhecimento às suas realizações como compositor foi o Prêmio Gabriela Mistral da Organização dos Estados Americanos em Washington D.C., que o compositor recebeu em 1992 como “o maior músico das Três Américas”. Camargo Guarnieri faleceu em 7 de janeiro de 1993, aos 86 anos.
O professor
Paralelamente às atividades como compositor e regente, Guarnieri formou uma expressiva turma de alunos de composição, a quem lecionou em seu estúdio particular em São Paulo. É possível afirmar que Guarnieri foi o fundador da primeira escola de composição “verdadeiramente brasileira”. Um grande número de compositores relevantes surgidos no Brasil nas décadas de 1950 e 1960 estudaram com Guarnieri5.
“Do ponto de vista da técnica de composição, devo a Lamberto Baldi os ensinamentos mais eficazes e que constituem os princípios básicos que ainda hoje adoto. Quanto à orientação estética, foi no convívio de Mário de Andrade que aprendi a contrariar, por assim dizer, os cânones consagrados das três escolas tradicionais de música. Mário de Andrade foi o grande teorizador da música brasileira e sua influência, posso assegurar, não se fez sentir somente sobre mim, que fui seu discípulo durante toda a vida, mas sobre toda uma geração de músicos brasileiros seus contemporâneos. Mesmo os novos compositores do Brasil refletem, direta ou indiretamente, a influência desse espírito admirável, cujos ensinamentos permanecem vivos e atuais6”, afirmou Guarnieri.
Nacionalista convicto, Guarnieri orientou seus alunos a trabalharem o material melódico retirado de fontes folclóricas, especialmente os apresentados no livro de Mário de Andrade de 1928, Ensaio sobre a música brasileira. Segundo Andrade, a polifonia seria a chave para o sucesso numa composição nacional, e certamente, Guarnieri desenvolveu esse conceito melhor que qualquer outro compositor brasileiro.
Guarnieri nunca forçou seus alunos a seguirem seus conselhos, nem lhes impôs suas próprias ideias. Ele limitou sua influência a corrigir passagens e sugerir formas de melhoria. Ele também acreditava em expor seus alunos a outras obras-primas da literatura musical.
O violão de Guarnieri
A música de Camargo Guarnieri para o violão não parece ter sido escrita especificamente para o instrumento, pois o próprio Guarnieri não era violonista. Embora essas obras pareçam, à primeira vist,a mais adequadas ao piano, o fato é que o compositor evita soluções técnicas como arpejos simples e progressões harmónicas derivadas de acordes tão comum em peças para violão.
Tradicionalmente, compositores que tocam o instrumento dominam a música para violão no Brasil. Nomes como Américo Jacomino (Canhoto), João Pernambuco, Dilermando Reis, Garoto, Radamés Gnattali e Villa-Lobos escreveram obras que até hoje fazem parte do repertório violonístico internacional.
(Camargo Guarnieri, esquerda, com a cantora e violonista Olga Praguer, em Nova York)
Com exceção de Villa-Lobos e Gnattali, toda essa música é baseada em progressões de acordes. O que torna a produção guarnieriana para violão única é a sua linguagem, algo totalmente inesperado para a época, ainda mais vindo de um compositor brasileiro escrevendo para o instrumento mais popular de seu país.
Uma constante na obra do compositor e marca de seu estilo é o acabamento formal e o tratamento polifônico, algo que chama atenção em suas obras para violão. Mesmo quando escreve em um gênero mais popular, como fez em suas valsas (Valsa Choro 1 e 2), Guarnieri usa uma textura de melodia com acompanhamento, na qual o contraponto entre as vozes é muito independente.
Abel Carlevaro
Camargo Guarnieri tinha 37 anos quando compôs sua primeira peça para violão. Nesse mesmo ano, ele começou a escrever sua primeira sinfonia e já era considerado um compositor maduro. O Ponteio (1944) foi dedicado ao violonista uruguaio Abel Carlevaro (1916-2001), que em visita a São Paulo conheceu Guarnieri através de Villa-Lobos. Guarnieri assistiu ao concerto de Carlevaro na capital paulista e os dois se tornaram muito próximos.
Guarnieri demonstrou interesse em escrever uma peça para Carlevaro, mas temeu não saber escrever bem para o instrumento. Ao ouvir Carlevaro tocando as Variações e Fuga sobre Folias de Espanha, do compositor mexicano Manuel Ponce, Guarnieri ficou mais impressionado com as qualidades do violonista como intérprete do que com a obra em si. Além da seção de trêmolo (que provavelmente chamou a atenção de Guarnieri), não restou nenhuma semelhança entre a peça de Ponce e o Ponteio. A obra foi estreada por Carlevaro em Montevidéu, no mesmo ano de sua composição, e gravada em seu segundo disco, de 1960.
A segunda e - talvez mais tocada - obra para violão de Guarnieri é sua Valsa Choro (1954). Apesar de meus esforços, não consegui localizar nenhuma fonte de informação sobre as circunstâncias que levaram Guarnieri a escrever outra peça para violão. Esta valsa foi dedicada ao seu primeiro filho Mário. Henrique Pinto7, que trabalhou com o compositor na digitação desta peça para publicação, mencionou- me que o filho de Guarnieri gostava muito de violão, indicando um possível motivo para a criação desta obra.
Nesta peça, Guarnieri aproveita ao máximo as qualidades expressivas do violão ao mesmo tempo que desafia a capacidade do instrumento no que diz respeito à polifonia. Ao contrário de seu Ponteio para violão, onde encontramos muitos momentos que apontam para uma ambiência não tonal, esta valsa é consistentemente tonal. Notamos a mesma orientação estilística quando comparamos os Ponteios e as Valsas-Chôro para piano: os primeiros são mais diversos e harmonicamente ambíguos enquanto os segundos são claramente tonais.
O primeiro estudo para violão de Guarnieri foi composto em 1958 e dedicado a outro violonista uruguaio, Isaías Sávio. Entre as muitas realizações deste grande professor e compositor, está a fundação da primeira cadeira de violão clássico no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, mesma escola onde Guarnieri atuou como professor.
O Estudo nº 1 apareceu pela primeira vez na “Antologia per chitarra” (antologia de violão, 1961) da editora Ricordi italiana. Na tentativa de apresentar o “novo” repertório violonístico (em contraste ao repertório Segoviano), a antologia contou com nove peças de compositores consagrados da época, entre eles Poulenc, Malipiero, Rodrigo e Camargo Guarnieri.
O Estudo nº 1 foi a única peça da antologia que não foi dedilhada pelo editor Miguel Ablóniz. O próprio Sávio forneceu as digitações. A notoriedade da peça só veio na década de 1980, através de uma gravação antológica do violonísta cubano-americano Manuel Barrueco, que partilhou a sua opinião sobre esta obra8:
“Conheci Guarnieri desde quando estudava no conservatório de Cuba. Lá ele era considerado um dos mais importantes compositores latino-americanos. Então, quando anos depois a Vox Records me pediu para fazer uma gravação de música latino-americana (minha primeira gravação) e comecei a reunir material para ela, encontrei seu Etude nº 1 em uma coleção de músicas para violão do século XX. Achei a música muito interessante harmonicamente, e que tinha profundidade e estrutura. Achei que era uma peça boa e interessante. Então eu a incluí na gravação”.
Em seu terceiro e último período composicional, Guarnieri aos 75 anos de idade compõe os Estudos nº 2 e 3 em 1982. Essas duas pequenas peças foram compostas a pedido do violonista e musicólogo italiano Angelo Gilardino. Os dois estudos marcam o retorno de Guarnieri ao violão, após um hiato de 24 anos nas composições para o instrumento. É importante mencionar aqui que, embora esses dois estudos tenham sido a única encomenda de obra violonística a se concretizar, vários violonistas no passado tentaram convencer Guarnieri a escrever mais para o instrumento.
Em correspondência pessoal, Angelo Gilardino me contou sua intenção de encomendar à Guarnieri uma série de estudos para violão, como os 12 Estudos de Villa-Lobos. Ao conhecer a música de Guarnieri, Gilardino relembra:
“No início dos anos 1960, tive a oportunidade de ler algumas das suas obras para piano - lembro-me especialmente de uma Canção Sertaneja - que me impressionou pela frescura e pela elegância da sua escrita. Mais ou menos ao mesmo tempo, li o seu Estudo nº 1 para violão solo, publicado na Itália pela Ricordi, e imediatamente o adotei em meus programas de recitais. Foi realmente uma peça bonita...ele adotou uma forma simples, com poucos modelos, mas, dentro desses limites, conseguiu criar uma moldura harmônica rica e com muitas nuances”.
Por razões que desconhecemos, os dois estudos elaborados em 1982 foram os únicos que Guarnieri conseguiu finalizar. Junto aos dois estudos, a Valsa-Chôro nº 2 pertence ao último grupo de peças para violão de Camargo Guarnieri. Escrita em 1986 e dedicada ao violonista e professor Jodacil Damasceno, Guarnieri optou por encerrar sua pequena produção violonística com mais uma “Valsa-Chôro”. A peça foi estreada em 1987 em um festival dedicado à música dele.
Notas
1 Baldi foi o regente da estreia do Concerto em Re Maior, Op.99 de M. Castelnuovo-Tedesco com Andrés Segovia como solista em 1939 em Montevideo.
2 Verhaalen, 2005, p.6
3 Mário de Andrade (1893-1945): Escritor, crítico, poeta e músico modernista que escreveu extensivamente sobre
música. Andrade foi o mentor intelectual de Guarnieri.
4 https://www.semanticscholar.org/paper/A-CARTA-ABERTA-DE-CAMARGO-GUARNIERI-Egg/ 5bf43cf6e023fadb964a17934878b0e6f048cbc3
5 Acendino Teodoro Nogueira, Olivier Toni, Osvaldo Lacerda, Almeida Prado, Lina Pires de Campos, Marlos Nobre, Sérgio Vasconcelos Corrêa e Nilson Lombardi, entre outros.
6 Flávio Silva (Org.). Camargo Guarnieri: o tempo e a música. São Paulo: Imprensa Oficial; Rio de Janeiro: Funarte, 2001. P. 15-6.
7 Henrique Pinto, com quem estudei de 1996 a 2007 e com quem em 2010 trabalhei a Valsa Choro.
8 Correspondência entre o autor deste artigo e o violonista Manuel Barrueco durante a preparação da tese de doutorado The Complete Guitar Works of M. Camargo Guarnieri. 2016.
(Camargo Guarnieri)