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 Francisco Mignone e os manuscritos de Buenos Aires - Fernando Araújo

Francisco Mignone e os manuscritos de Buenos Aires - Fernando Araújo

2017
TÍTULO: FRANCISCO MIGNONE E OS MANUSCRITOS DE BUENOS AIRES: contexto histórico, interpretação e edição de obras para duo de violões recém-descobertas
AUTOR: Fernando Araújo
ORIENTADOR: Fausto Borém
Escola de Música da UFMG 
Tese de doutorado
Belo Horizonte, 2017
 
RESUMO: O objeto de estudo desta tese é uma coleção de manuscritos autógrafos contendo obras para duo de violões escritas pelo compositor Francisco Mignone em agosto de 1970. Composta, majoritariamente, de obras que permaneceram ignoradas pela comunidade musical e acadêmica até sua recente descoberta, a coleção, que denominamos de Manuscritos de Buenos Aires, está depositada no Instituto Nacional de Musicología “Carlos Vega”, na capital argentina. Tratamos desse corpus sob três pontos de vista principais: musicológico, interpretativo e editorial. Do ponto de vista musicológico, ocupamo-nos principalmente das circunstâncias de surgimento das obras, especialmente por nos propiciarem um olhar mais refinado e aprofundado sobre um momento crucial para a obra violonística de Mignone, que foi a (re)descoberta do instrumento pelo compositor em julho de 1970. A interpretação das obras contidas nos Manuscritos de Buenos Aires foi tratada com base em análises de gravações de várias delas feitas pelo próprio compositor ao piano. Essa metodologia situou essa parte do trabalho no campo dos estudos das práticas interpretativas, o que suscitou uma discussão sobre as justificativas e a validade desse tipo de estudo em vista das discussões sobre a intepretação e o papel do performer. Finalmente, apresentamos as bases do nosso trabalho na preparação de edições de performance das peças, ancorado em análises dos procedimentos que o próprio Mignone utilizou ao elaborar versões para duo de violões dessas obras a partir de seus originais para piano. Nossas edições foram alicerçadas em uma discussão dos pressupostos conceituais do trabalho editorial, na qual, colocando em diálogo filólogos musicais e textuais, buscamos estabelecer os limites da atuação do editor no exercício dessa atividade que se mostrou ser, em última análise, de caráter eminentemente interpretativo e, portanto, subjetivo.
 
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