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O processo de transcrição musical, por Victor Vale

O processo de transcrição musical, por Victor Vale

2018

Resumo: O processo de transcrição musical tem geralmente se desenvolvido como uma atividade balizada e condicionada pelo universo idiomático de destino. Essa tradição transcricional, na maioria das vezes, ao privilegiar o melhor funcionamento da obra no instrumento para o qual é realizada a transcrição, acaba distorcendo e rarefazendo as estruturas expressivas em potência na peça de origem, muitas delas desenvolvidas das relações travadas entre idiomatismo instrumental e discurso musical. A aproximação com os estudos da linguagem e a teoria da tradução, principalmente com os pensamentos de Walter Benjamin e Antoine Berman acerca do fenômeno tradutório, possibilitou novas abordagens com a prática transcricional, onde o conceito de estrangeirismo, recorrentemente pautado e desenvolvido nas teorizações de filósofos da tradução pós-Goethe, acaba conferindo à essa atividade uma relação mais ética e poética com a obra de origem. A reflexão acerca de conceitos como obra, originalidade, idiomatismo, fidelidade, fruição, autoria, expressão, todos esses convergentes aos fenômenos análogos da transcrição e tradução, recondiciona e revigora o debate sobre a atividade transcricional, agora pautado não nas possíveis adequações repertoriais a partir da funcionalidade e da mecanicidade do instrumento de destino, mas sim nas interseções idiomático-discursivas que se estabelecem em potência na obra de origem e na tentativa de reconstrução das mesmas no instrumento para o qual se deseja realizar a transcrição.

Título: A tradutibilidade do sentido: o processo de transcrição musical
Autor:
Victor Melo Vale
Orientador: Flavio Barbeitas
Universidade Federal de Minas Gerais, 2018

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